Sunday, December 25, 2005

 
Do noturno trabalho a gente tresnoitada
dança de ver assim ao romper da alvorada
esse engenheiro-ser tocando a sua gaita
os rebanhos levar; logo no tosco jarro
aquele lhe oferece a doce e branca ovelha


(Jorge de Lima)

Friday, December 23, 2005

 
primeira ronda, noturna, nenhum presépio dando sopa

 
esses bicudos não me deixam dormir com suas mensagens de celular:

1h21 da manhã, recebo esta:
"o natal dos burguesinhos é aqui.
prestigiem nosso coral indie renato russiano"

logo em seguida [1h31]:
"ah, eu sou feliz. nasci rico e adolescente punkzinho bonzinho. ah, eu acho o milo legalzinho"

estavam mal-humorados?

Thursday, December 15, 2005

 
Quero ser repórter. É a minha veia. Preciso mais dessa droga que tem como substância as palavras.

Wednesday, December 14, 2005

 
O "ethos burocrático" resulta de um tipo de organização (e de forma de exercício do poder interno nela) que não é político, vale dizer, não admite o dissenso. (...) Note-se (...) que ela perfila muitos dos valores da sociedade em que se insere, mas os apreende da ótica dos valores fundamentais que cria. Contudo, não admitindo o dissenso, rejeita valores e opiniões que se desviem dos que criou. A melhor caracterização dese fato pode ser dada pela frase que caracteriza o chamado 'princípio do chefe': 'Não duvidar, não discutir, não divergir'. (...)

O "ethos burocrático" não se define apenas por seus aspectos exteriores: nas organizações em que predomina, o chefe dá as ordens e os subordinados obedecem. Mais do que a obediência às ordens emanadas de quem tem poder legal (ou regulamentar) para dá-las, importa ter presente o fato de que aquele que dá as ordens não se preocupa em saber se elas preenchem uma função aglutinadora na relação de forças em presença; se são obedecidas porque se acredita nelas e no fim que se vislumbra estarem elas perseguindo, ou porque se teme uma sanção disciplinar.

(...) A organização política distingue-se da burocrática nisso que, naquela, as decisões são adotadas por um núcleo dirigente que deriva a legitimidade de sua dominação (portanto a expectativa de ver obedecidas suas decisões) do fato de haver sido eleito pelos membros aderentes, enquanto nesta a dominação se legitima pelo fato de o núcleo dirigente ter assumido tal função não por eleição, mas pelo preenchimento de uma série de requisitos estipulados administrativamente. (...) na organização burocrática, cujo modelo é exatamente a organização militar, obedeço àqueles a quem os regulamentos designaram como superiores por corresponderem à imagem de chefe inscrita nos regulamentos e por terem preenchido as condições regulamentares para a ascensão aos postos de comando. (...) Na organização burocrática (...) a dissidência é impossível - pois, se a dominação se exerce por imposição de normas administrativas, o ato de discordar da política do núcleo dirigente implica negar validade aos próprios critérios que permitiram aos indivíduos de cuja ação se discorda chegar às posições de poder que ocupam. É quebra da hierarquia e da disciplina; é insubordinação - e nos casos extremos, traição.

FERREIRA, Oliveiros S. in: Revista USP nº 65, ps. 37-38.

 
alea jacta est

Thursday, December 08, 2005

 
pedimos pizza santino, sabores pepperoni e portuguesa, mas estava meio ruim, oleosa ou algo assim. de qualquer forma, já deu uma energia pra "carreira brilhante" [apud al nite lang] que temos pela frente

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