Wednesday, September 06, 2006
Carmen em Congonhas - versão hardcore
Ao meio-dia de 2 de dezembro de 1954, Carmen Miranda embarcou num DC-6 para um vôo Los Angeles-Rio, com escalas na Cidade do México e em Bogotá, Lima e São Paulo. "Quando o vôo começou", Carmen tomou um Seconal para dormir durante a longa viagem. " De horas em horas, Carmen acordava tremendo e chorando, com frios e calores intensos. (...) Só dormia de novo quando [sua irmã] Aurora a agraciava com outro Seconal." Na escala em São Paulo, no aeroporto de Congonhas, " Aurora ressuscitou Carmen com um Dexedrine". Pouco depois, no encontro com amigos que a esperavam, "o milagre se dera: Carmen estava inteira, como se tivesse feito toda a viagem assim". "(...) sôfrega e incontida", Carmen "entremeava" respostas aos repórteres "com surtos de choro, (...) recompunha-se, jogava beijos para a câmera de televisão e não conseguia esconder a emoção (...). Meia hora depois, os passageiros em trânsito para o Rio foram chamados a embarcar. É possível que (...) Carmen tenha pedido um reforço de Dexedrine a Aurora. E que esta, vendo o bom resultado que o remédio provocara em Carmen na chegada a São Paulo, concordasse em aceder a seu pedido... "
CASTRO, Ruy. "Carmen - Uma biografia", de Ruy Castro, Companhia das Letras, 2006.
CASTRO, Ruy. "Carmen - Uma biografia", de Ruy Castro, Companhia das Letras, 2006.